Mudanças sutis podem indicar câncer de próstata em animais
Mudanças sutis podem indicar câncer de próstata em animais
Aproveite a campanha e olhe também para o seu melhor amigo; mesmo raro, tumor pode surgir em animais castrados e crescer sem sintomas aparentes

O Novembro Azul, tradicionalmente voltado à saúde masculina, também é um lembrete importante para tutores de cães e gatos. Embora o câncer de próstata seja raro nos pets — representando cerca de 1% das neoplasias em cães e sendo ainda mais incomum em gatos —, ele pode evoluir de forma silenciosa, sem causar sintomas evidentes nas fases iniciais. O alerta é da Dra. Clarisse Teixeira, médica-veterinária especializada em oncologia do Hospital Veterinário Taquaral (HVT), em Campinas.
Segundo a veterinária, a doença é mais frequente em cães machos de meia-idade e idosos, especialmente em raças como Beagle, Scottish Terrier, Poodle, Pastor de Shetland, Doberman, Golden Retriever, Pastor Alemão e Rottweiler. “Os tutores muitas vezes associam a castração à prevenção total de problemas prostáticos, mas isso não é verdade. A castração ajuda a evitar a hiperplasia prostática benigna e tumores testiculares, porém não previne o câncer de próstata, que pode inclusive surgir em animais já castrados”, esclarece a oncologista.
Sinais que merecem atenção
De acordo com a Dra. Clarisse, mudanças sutis no comportamento do pet podem ser os primeiros sinais da doença. Entre os sintomas mais comuns estão:
- Dificuldade ou dor ao urinar;
- Presença de sangue na urina;
- Perda de apetite;
- Emagrecimento;
- Dor abdominal;
- Dificuldade para defecar.

“Nos estágios mais avançados, podem surgir metástases ósseas, respiratórias ou até neurológicas, levando à dificuldade de locomoção, falta de ar ou crises neurológicas. Por isso, qualquer alteração nos hábitos urinários, no peso ou no comportamento do animal deve motivar uma avaliação imediata”, reforça.
Diagnóstico e tratamento avançam na medicina veterinária
O diagnóstico envolve uma combinação de exames clínicos e laboratoriais, como ultrassonografia abdominal, radiografia pélvica, tomografia e análise do gene BRAF na urina — um marcador molecular que tem revolucionado a detecção precoce da doença. “Esses recursos aumentam as chances de identificar alterações prostáticas em fase inicial e permitem tratamentos mais eficazes”, explica a veterinária.
O tratamento varia conforme o estágio e pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia-alvo ou imunoterapia. As terapias mais modernas, como as direcionadas a alvos moleculares e as imunoterapias, já demonstram resultados promissores também na medicina veterinária, aproximando os protocolos dos utilizados em humanos.
Diagnóstico precoce faz diferença
Embora o prognóstico ainda seja desafiador, o diagnóstico precoce pode garantir qualidade de vida e até remissão completa da doença. “Com os avanços da oncologia veterinária, muitos cães conseguem viver bem após o tratamento, desde que haja acompanhamento contínuo e check-ups regulares”, destaca a Dra. Clarisse.
Serviço:
Hospital Veterinário Taquaral – Campinas SP
Instagram: @hvtcampinass
Endereço: Av. Heitor Penteado, 311, Taquaral (em frente ao portão 6 da Lagoa) – Campinas SP
Funcionamento: 24 horas, sete dias por semana
Telefones: (19) 3255-3899 / WhatsApp: (19) 99256-5500
